O que você pode aprender com os povos que mais guardam dinheiro no mundo
Guardar dinheiro é um hábito que muitas pessoas desejam cultivar, mas poucos conseguem manter com disciplina e constância. Enquanto no Brasil a taxa de poupança é historicamente baixa, em outros países, guardar parte da renda é uma prática comum e culturalmente enraizada. O afinal, o que os nossos povos que mais poupam no mundo fazem de sempre diferente? E o que nós, brasileiros, podemos aprender com eles?
Neste artigo, vamos analisar os países com as maiores taxas de poupança do mundo, entender seus comportamentos financeiros e extrair lições valiosas para quem deseja construir uma vida mais estável, segura e financeiramente saudável.
Os países que mais poupam no mundo
Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), alguns dos países que lideram o ranking mundial de poupança pessoal e familiar são:
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China
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Alemanha
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Suíça
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Singapura
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Coreia do Sul
Esses países possuem taxas de poupança que variam entre 20% e 40% da renda familiar, o que contrasta fortemente com o Brasil, onde a média de poupança pessoal gira em torno de 10%, e muitas vezes é ainda menor, principalmente entre famílias de baixa renda.
O que explica esse comportamento poupador?
Embora cada país tenha suas particularidades, existem padrões comuns que ajudam a entender por que essas populações conseguem guardar tanto dinheiro.
1. Cultura de longo prazo
Países como China e Alemanha têm uma visão financeira voltada para o futuro. Em vez de priorizar o consumo imediato, muitos cidadãos são educados desde cedo a planejar para a aposentadoria, emergências e objetivos de longo prazo. Essa mentalidade ajuda a evitar compras por impulso e favorece o hábito de poupar antes de gastar.
2. Educação financeira desde cedo
Na Suíça e em Singapura, por exemplo, crianças e adolescentes aprendem sobre dinheiro na escola. São ensinadas a fazer orçamentos, entender juros e investir de forma consciente. Essa base educacional sólida transforma o ato de poupar em um comportamento natural e rotineiro na vida adulta.
3. Incentivos fiscais e sistemas eficientes
Alguns países oferecem benefícios fiscais para quem poupa ou investe, como deduções no imposto de renda, juros compostos mais altos em contas de previdência privada e planos de investimento subsidiados pelo governo. Além disso, contam com sistemas bancários seguros e transparentes, que estimulam a confiança do cidadão em manter o dinheiro aplicado.
4. Menor apego ao consumo ostentatório
Enquanto em muitos países — inclusive no Brasil — há uma cultura forte de consumo como forma de status, em nações como Alemanha e Japão, o consumo consciente é valorizado. Nesses locais, modéstia financeira não é sinônimo de fracasso, e sim de sabedoria.
O que podemos aprender com eles?
A seguir, destacamos algumas lições práticas que podemos aplicar no nosso dia a dia a partir do exemplo dos povos que mais guardam dinheiro no mundo.
1. Adote o conceito de “pagar-se primeiro”
Antes de gastar seu salário com contas, lazer ou supérfluos, separe um valor fixo para sua poupança ou investimento. Pode ser 5%, 10%, ou quanto for possível. O importante é que isso vire uma prioridade e entre no orçamento como uma despesa essencial.
2. Estabeleça metas claras
Guardar dinheiro por guardar pode ser desestimulante. Já quando você tem um objetivo bem definido, como uma viagem, a compra de um imóvel ou a aposentadoria tranquila, fica mais fácil manter o foco. Trace metas de curto, médio e longo prazo — e acompanhe seu progresso.
3. Fuja do consumo por impulso
Os grandes países com as maiores taxas de poupança valorizam o consumo racional do pais. Antes de fazer uma compra, pergunte-se:
“Eu realmente preciso disso agora?”
“Isso se encaixa no meu orçamento?”
“Esse dinheiro pode ser melhor aproveitado se investido?”
Esses questionamentos ajudam a combater o desejo imediato em troca de benefícios duradouros.
4. Estude sobre finanças pessoais
Não é necessário ser um especialista em investimentos para cuidar bem do seu dinheiro, mas buscar conhecimento básico sobre orçamento, juros compostos, tipos de investimento e controle de gastos pode fazer toda a diferença. A educação financeira é a chave para decisões mais conscientes e sustentáveis.
5. Crie um ambiente favorável à economia
Muitos países poupadores possuem hábitos domésticos simples que ajudam a reduzir os gastos: cozinhar em casa em vez de comer fora, usar transporte público com mais frequência, comprar produtos duráveis, reutilizar o que é possível. A mudança de mentalidade começa nas pequenas escolhas do dia a dia.
Por que isso é importante no Brasil?
Vivemos em um país com altos níveis de endividamento, baixo acesso à educação financeira e instabilidade econômica frequente. Aprender com os povos que conseguem guardar mais dinheiro não é apenas uma inspiração — é uma necessidade urgente para garantir estabilidade pessoal e coletiva.
Ao adotar práticas mais conscientes, podemos evitar dívidas, criar reservas de emergência, alcançar sonhos com mais segurança e ter mais autonomia financeira em qualquer fase da vida.
Guardar o seu dinheiro não é uma questão grande de sorte ou até exclusividade de quem tem altos salários. É, acima de tudo, um comportamento construído com disciplina, informação e intenção. Os países que mais poupam no mundo mostram que é possível viver com qualidade sem cair nas armadilhas do consumo excessivo.
Se você deseja mudar a forma como lida com o dinheiro, comece hoje com pequenas atitudes. Inspire-se nos hábitos desses povos, adapte à sua realidade e transforme sua relação com o dinheiro.
Lembre-se: poupar é um ato de liberdade e autocuidado.